terça-feira, 12 de janeiro de 2016

VIAJAR NA VIAGEM

Eu adoro viajar de trem. Infelizmente, como no Brasil JK fez o favor de não dar valor ao desenvolvimento desse meio de transporte, então a gente se delicia quando pode ir à Europa. Hoje, no meu mundo ideal, eu entraria sozinha em um deles, os de alta velocidade, e iria seguindo até resolver parar em alguma cidade, depois pegaria outro e assim por diante, até ficar satisfeita (não digo enjoada, porque eu não me enjoo). Não tem coisa melhor, digo, um ambiente tão propício, para fazer uma viagem dentro de outra viagem. 

virginia finzetto


A REALIDADE DO REBELDE

momentum filosóficum (dá pano pra manga): em nossa História, desde que o homem (homem e mulher) perdeu sua conexão com o simbólico, com o divino, passou a seguir um "ídolo moral" e suas regras, que sempre servem aos interesses de um grupo que está no poder, mas que, dependendo do sistema político, pode ser interpretado segundo os interesses individuais dessa sociedade (e cada vez em menores grupos, até o andar caótico do desejo individual e sua gana só pelos direitos, sem reconhecer deveres). só os rebeldes seguem e amam quando reconhecem seu único Senhor em si mesmo. mas isso é de um rigor que não se compara a qualquer restrição imposta ou moralidade, mas de uma presença Real neste mundo. 

virginia finzetto


sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

UM PARTO

é preciso que este veneno todo circule em minhas entranhas. quando for expelido será apenas vacina, para aplacar a fúria de um mundo que vacila entre fazer fofocas e praticar covardias. e como está difícil contê-lo, sem sair por aí, arrebentando a cara do primeiro que me contraria. e se cada um tivesse esse laboratório autorregulador da estupidez, poderíamos conter nossas vergonhas, em vez de aumentar o cordão dos insensatos. toda ingratidão é gerada no seio das falsas interpretações. quando a hermenêutica torna-se inefável. 

virginia finzetto