foi assim: deus estava em seu estúdio brincando com suas canetinhas coloridas desenhando um planeta lindo, ao qual chamou de paraíso terrestre. nisso, o ambiente foi invadido pelos arcanjos, que resolveram pedir licença pra dar uns pitacos aqui e ali. deus, em sua grandiosa bondade, como é e sempre será muito democrático na escuta, ouviu a todos com paciência e depois fez o que bem entendeu. desenhou todos os personagens que quis, em sua máxima perfeição. eram páginas e páginas que mostravam todo o seu esplendor criativo e onde reinava o supremo amor e a graça infinita. aí vieram os anjinhos batendo suas asinhas luminosas para que o mestre pudesse trabalhar no escuro. um deles, lúcifer, das asas de purpurina, muito desastrado, acabou derramando o jarro de água benta sobre o gibi divino. deus, ainda em sua enorme paciência, mas sem abrir mão do pulso rigoroso, o expulsou de seu reino celeste, condenando-o a viver como antagonista no paraíso destruído pelo líquido entornado. depois disso, o criador foi tirar uma soneca para descansar [já era o sétimo dia!] e largou sua criação ao deus dará.