Em 1996, quando estive em Oaxaca, no México, eu não pude evitar uma paixão à primeira vista pelo chuchu peludo que vi no mercado local. O legume era pequeno, delicado e revestido por uma penugem, um cabelinho verde macio. Não tive dúvidas. Trouxe um exemplar deles comigo e o plantei no sítio.
Ele vingou... e se vingou.
Como uma praga, o bicho se espalhou e deu mais do que chuchu na serra. Só que, para minha surpresa, aqui em solo brasileiro os frutos nasceram bem maiores e com uma crosta revestida de espinhos duros como os de ouriços do mar, sem exagero. Impossível apanhá-los sem vestir luvas de raspa.
Levei vários exemplares para distribuir para os amigos na redação. Sim, fui xingada, muito...
Tá, antes que alguém me culpe ou denuncie, eu confesso que hoje não faria uma barbaridade dessas.
Senti na pele ferida das mãos, espetada várias vezes pelas hastes criminosas, e na alma, a verdadeira maldição de Montezuma!
virginia fInzetto