quinta-feira, 28 de abril de 2016
segunda-feira, 25 de abril de 2016
ALEGRIA - in "minibiografia das palavras"
ALEGRIA – filhas de Fênix, estas musas têm o mesmo nome, porém foram geradas de pais diferentes. A Alegria da união de Fênix com Carnaval, ao contrário de sua mãe, nasce na sexta e morre nas cinzas. A Alegria da união de Fênix com Cronos já puxou mais o gene paterno, com sua capacidade de nascer e morrer a cada hora, minuto, segundo... volúvel como ela só. Fênix também caiu na 147 “cantata” de Bach, e acabou dando à luz uma obra prima na qual nasceu Alegria em Jesus, para deleite dos Homens. E, de um caso rápido e intenso com Caetano Veloso, nasceram as gêmeas Alegria Alegria. Há outras muitas, que ainda não foram reconhecidas.
virginia finzetto
domingo, 24 de abril de 2016
quinta-feira, 21 de abril de 2016
quarta-feira, 13 de abril de 2016
sábado, 9 de abril de 2016
[IN]JUSTIÇA
fazendo jus ao significado do dicionário, sigilo e segredo
são sinônimos, gêmeos. nasceram virgens,
contudo raramente são enterrados com o selo da santidade, graças às inevitáveis
violações praticadas pela fofoca e pelo alvará. no mercado rola ouro tentando
salvá-los com emendas, uma espécie de adjetivo pedigree, como total e absoluto,
dourando-os assim de falsa autenticidade. na prática poucos sobrevivem e muitos
deles morrem literalmente estuprados.
virginia finzetto
sexta-feira, 8 de abril de 2016
A AUTOAJUDA DO DESCOMPADECIDO
penso que o antônimo de compaixão deva ser danação, já que somos seres em evolução, aqui ou em outra dimensão, fazemos por merecer. não seria razoável pensar que só porque, por exemplo, um homem de Deus (que crê no julgamento e condenação de sua alma após a morte) rouba dinheiro público, deixando de beneficiar milhões de irmãos, não possa ter uma chance de reparação aqui mesmo. dando uma mãozinha pra Deus, os lesados compassivos podem exigir, em nome da justiça dos homens, usufruir na Terra hoje um pouco do futuro céu, e, em nome da justiça divina, poupar os pecadores na Terra hoje de sua futura danação no inferno.
virginia finzetto
quinta-feira, 7 de abril de 2016
terça-feira, 5 de abril de 2016
CONTA-GOTAS
quantos lutos eu adiei? essa foi a pergunta que eu fiz
quando consultei a cartomante, tão acostumada com outros assuntos. ela
embaralhou e deixou as cartas de lado. depois seus olhos doces pousaram sobre
os meus. uma alma tão antiga, quiçá de muitas vidas, naquele momento travestida
de senhora conselheira. calada, derramei minhas lágrimas, uma a uma, que
escorriam como um colar de contas. e eu perdi a conta de quantas se foram aos
pares. quando me dei conta, ela me conta que o número passara da conta, e que
eu não contasse mais, pois por isso ninguém me levaria em conta. paguei a conta
e fiz de conta que deixei tudo pra trás.
virginia finzetto
domingo, 3 de abril de 2016
DEMOCRACIA
nasce e acha que há um mundo neutro pela frente. descobre que o nome disso é esperança. cresce vendo os pais lutarem pela sobrevivência, enquanto passam muita necessidade. descobre que o nome disso é meritocracia. aprende o ensino da escola regular regida por parâmetros sem alma. descobre que o nome disso é educação. pratica a mais pura rebeldia que brota de seu coração. descobre que o nome disso é desajuste social. cai no vício de todo tipo de droga lícita e ilícita. descobre que o nome disso é contravenção. panfleta o mundo com questionamentos sobre todas as desigualdades. descobre que o nome disso é poder, de autoria patenteada. apanha por conquistar direitos que diminuam as diferenças sociais em defesa das minorias. descobre que o nome disso é a violência da polícia mandada. perde a esperança e ganha consciência. descobre que o nome disso é democracia.
virginia finzetto
sexta-feira, 1 de abril de 2016
PRIMEIRO DE ABRIL
às vezes eu acordo e me vem aquele momento de total êxtase por ter descoberto a fórmula da felicidade. e segundos depois, tudo me escapa, e os números e as letras iniciais começam a mudar de forma e a ganhar outra configuração e, quando eu me dou conta, a magia me fugiu e restou um murmúrio, um franzir do cenho, seguido de inúmeras ginásticas faciais para acompanhar a torrente elétrica do pensamento tentando capturar a explicação para o nada óbvio. voltas e voltas das ideias com o objetivo de escapar ao medíocre, do absolutamente confuso e irracional desejo de apreensão do sagrado, da mais pura e inocente aproximação do núcleo... do... do... do... tsc... e o resto do dia fica assim, totalmente profano. sigo comendo paçoquinha e esperando aquele convite que não chega.
virginia finzetto
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