eu converso com as calçadas, principalmente aquelas cheias de detalhes, de coisas jogadas, de frestas... sempre decifro mensagens no que vejo ali espalhado, como no papel picado faltando números, que deveria ser de um celular, na bituca de cigarro, quase inteira, de algum apressado, na ponta de uma carta de baralho, com o 5 de ouros marcado. e ali no vão entre os pedaços de concreto, bem encaixada, estava ela, tesa, com as perninhas viradas para cima, em seu derradeiro sono para a eternidade, totalmente alheia ao vai e vem da Ladeira Porto Geral. fiz uma prece rápida à barata.
virginia finzetto
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