sexta-feira, 18 de agosto de 2023

ENCONTRO

A cerco faz tempo, mas não há clima, ela não abre espaço. Vou com cuidado, tento contato, mas ela se fecha, escapa de lado. Finjo que esqueço, observo seus passos e ela se esconde. Sem aviso, nos encontramos. Vamos encarar? Eu e a dor, que só sabe doer em mim. Melhor esquecer do que enfrentar. A verdade é que nós duas, cúmplices na cegueira, um dia teremos fim.

virginia finzetto

segunda-feira, 31 de julho de 2023

domingo, 16 de julho de 2023

EGO FURIOSO

tem dias que meu ego fica tão chato que é capaz de comprar briga só por causa de querer usar uma palavra e não um certo sinônimo que alguém achou melhor. para me acalmar eu penso no meu baço, quantas células estão ali e eu não sei o nome de nenhuma, todas silenciosamente fazendo um lindo trabalho de equipe, que eu, euzinha, não saberia fazer ou dar ordens. e se isso não me basta, eu passo pro fígado, depois pros rins, coração, pulmão... parabenizando cada uma. todas em uníssono, sem discutir qual é a melhor definição praquilo ou isso, e eu penso: não esquente a cabeça por mixaria, Vi, aquela pessoa é uma idiota, besta quadrada, ela que vá se foder e ponto final... 😀


virginia finzetto

[de 2016]

MILAN SEMPRE UMA REFERÊNCIA

quando alguém que eu curto não me curte, sinto-me a boneca inflável fazendo sexo com cara de paisagem. sempre me lembro do Insustentável Leveza do Ser, da cara do Tomas transando com a Sabina olhando pro relógio... e eu deveria já ter me convencido de que a lactose me causa cólicas intestinais, mas abrir mão, de vez em quando, de chuchar o pão com manteiga mergulhado no café com leite é tão cruel. e hoje eu estou naqueles dias de tentar entender o motivo das minhas carências. nem tudo é mimimi, pode ser só dó de uma ré incon sol lá vel...

virginia finzetto
[de 2018]

sábado, 15 de julho de 2023

MULHERES & HOMENS

ultimamente há mais mulheres do que homens em minha vida. meu mundo profissional, social e familiar está repleto da figura feminina. gosto de conversar com mulheres. às vezes até acho que falamos a mesma língua.  estava pensando sobre isso agora e me dei conta de como me faz falta me relacionar também com os homens. faz tempo que não troco figurinhas com eles. sinto falta, de verdade. homem é muito legal. 


virginia finzetto (texto de 2017)

terça-feira, 13 de junho de 2023

HÁ PAIXÃO

eu acho a paixão uma das artimanhas mais almejadas de sobrevivência. morro a cada ano.

virginia finzetto

segunda-feira, 15 de maio de 2023

A DESPEDIDA NO PLANETÁRIO

Em 1971 eu fazia o primeiro ano do colégio no Zuleika de Barros, na Pompeia. A namorada do Serginho dos Mutantes estudava na minha classe. Desde muito cedo eu curtia música e adorava rock e já acompanhava os Mutantes desde a época dos festivais da Record. Depois, segui a Rita mais de perto, quando ela deixou a banda e fez carreira com a Tutti Frutti e outras parcerias. Mas meu encontro pessoal com minha ídola foi na guinada, quando ela se firmou com seu parceiro e amor Roberto de Carvalho e se enveredou pela música pop. Nessa época, eu já era jornalista e participei desta Edição especial da Rock Espetacular, uma revista que vendeu muito em banca. Foi nessa ocasião que visitei a casa onde ela nasceu, na Vila Mariana, descobri seus tesouros guardados no porão e, lógico, a conheci pessoalmente, quando veio ao Estúdio para aprovar o projeto e quando me entregou as cartas que recebia do seu fã clube para eu fazer uma das seções: "Cuide bem dos meus queridinhos". Ganhei desenho de disco-voador e também ingressos vip para o show Lança Perfume, que marcaria sua nova fase de sucessos. Linda, sempre, simpática e revolucionária, sempre. Hoje a nave mãe envia uma equipe especial para te receber, querida. O planetário naquele imenso quintal de sua infância não poderia ser o melhor lugar para você se despedir de seus fãs! Vá em paz, Rita Lee.


virginia finzetto