sábado, 20 de fevereiro de 2016

FINITUDE

não me dói tanto pensar que sou um nada diante do imenso universo de galáxias inofensivas. o que não consegue se aquietar no quadrilátero superior do meu tórax, mais precisamente no quadrante esquerdo, é essa insignificância de uma vida diante da impunidade do mal praticado pelo homem, que meus olhos se acostumaram a ver. se é maior o índice de suicídio nos países do primeiro mundo, onde os valores de consciência são mais elevados que a busca do lucro fácil, talvez eu preferisse viver lá, porque entre todos os "ídios", de homicídios a genocídios, que nesta encarnação minha alma encara penalizada, quem sabe tirar minha própria vida não fosse uma opção desonesta, a ter que me sujeitar a uma sina que não é de minha escolha; a sina da impotência frente à crueldade que só os sensíveis podem avaliar como a mais dolorosa desta finitude de vida. 

virginia finzetto

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