terça-feira, 12 de dezembro de 2017

DOS MEDOS

pior do que o contato com o subterrâneo é ficar alojado nas reentrâncias da parede do precipício. sem poder subir nem descer, acobertado pela covardia, em profundo esquecimento, perde-se o diálogo principal do script. ao final, quando a paralisia das limitações físicas chegam, as asas já não batem por falta de treino. aguarda-se então a vinda da morte vagando-se em distrações. só a misericórdia entende e acolhe o cadastro de futuras tentativas, mas de novo aparece o medo, antigo esconderijo de proteção das feras, que acaba se tornando ele mesmo o imbatível bicho-papão. 


virginia finzetto

4 comentários:

  1. Eu fui lendo e caindo porque falou em precipício, essa pessoa aqui pula. Minha mãe dizia que nasci em queda e em queda permaneceria por toda a vida.
    Ah, quanto aos medos... sempre gostei de bebê-los em goles pequenos. rs

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  2. quando a paralisia das limitações físicas chegam

    ... paralisa mesmo ... lembrei Anomalisa (conhece?)

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    1. não conheço, é um filme, né? paralisias vão acontecendo ao longo da vida, mas a pior delas é a da alma escravizada.

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