ele ou ela era assim. pairava. até a definição do gênero era
difícil, porque queria ser neutro em tudo. desde pequeno na escola deixava de
comer na cantina, porque fatalmente deveria pronunciar um nome e isso já era
uma escolha. e ele ou ela não conseguia, estava além de seus princípios,
julgava-se acima disso. síndrome de anjo, que difícil. deveria servir a quem?
aos homens? mas e esse corpo? e essa alma? e esses desejos loucos? eu sou
humano, ó dó! só haveria um jeito de resolver isso: morrer, já que havia
nascido. nascido aqui, onde cada passo é uma escolha, um lado, um compromisso.
virginia finzetto
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