domingo, 19 de novembro de 2017

APREÇO

apreciar, ato raro. não sinto em nenhum de seus sinônimos a poesia cadenciada que exala desse verbo que rebola bola sensualmente. não se trata de botar reparo, muito menos de manifestar arroubos. na mesma calçada, de mãos dadas, andam juntas paz e serenidade. apreciar é a musa do ócio criativo, seu caso de amor mais antigo. do contrário seria apenas leitura dinâmica, passar de olhos. apreciar é agarrar com as mãos ávidas uma grande foda sem hora marcada, penetrando todos os poros do deleite.


virginia finzetto

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