segunda-feira, 2 de abril de 2018

TEMPO

afago, dinheiro, informação... Ana seguia pensando em tudo o que poderiam lhe arrancar. algumas coisas, até sem muito esforço, acabaram indo embora por si, porque não tinham importância ou valor às quais ela quisesse se apegar. por ingenuidade, muitos assaltos e sobressaltos lhe aconteceram, no corpo e na alma. no entanto, ninguém lhe roubaria o tempo. desde muito cedo aprendera a controlá-lo. era criança quando indagou em público quem o teria inventado, pois o sentia armazenável, codificável, palpável como sentia o vento, a chuva ou qualquer outro fenômeno que podia apreciar com os sentidos. só depois descobrira que seu sentido não era visível aos olhos comuns e que seu tempo não fazia morada em qualquer vilarejo nem era identificável em algum radar.

virginia finzetto

Nenhum comentário:

Postar um comentário