quando nasci, eu só possuía recordações do inferno. cresci certa de que tudo havia sido feito de maneira que eu reconhecesse ali a chance de construir um novo céu. os fatos foram se entrelaçando com o tempo para formar outra tela, agora com minhas vigorosas pinceladas impressas com as cores de outro mundo. sob o efeito da tortura das memórias persistentes, das surras e das suras, um dia resolvi que no lugar das flores secas do vaso antigo da sala deveria vingar o verde de uma planta jiboia, para que suas folhas mostrassem o ciclo do apogeu e do declínio, a impermanência da vida e também da morte. e em todos os demais dias eu venho tentando lembrar de regá-la.
virginia maria finzetto
nada é, tudo está: existir é transmutar.
ResponderExcluirum abraço.
Obrigada pela leitura. Abraços.
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